quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O mundo em minhas mãos

Se o mundo fosse mesmo uma bola
e eu fosse Ele
Eu o chutaria pr'os anéis de Saturno

que engraçado seria:
Eu gritando gol
e o mundo todo gritando
terremoooto!

Onde eu encontro a minha paz

Meus olhos secaram
e é no sorriso dos outros
que eu encontro a minha paz

diz aí, chico
sobre a felicidade que nunca tivemos
sobre a paz utópica que conquistamos
que se vale pelo bem de outrem

sempre quis fazer o bem
pergunte pra qualquer um
ao padeiro ou ao vizinho
e à Ele que não me deixa mentir

porque fazer o bem virou dom
do mais enobrecidos monarcas
donos de uma espiritualidade incomum
que fazem parte da minha própria legião

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O relógio e o tempo

O tempo não parou.
o relógio sem marcas da idade
rugas ou deficiências
mantém seu pêndalo em atividade

o tempo nunca para...

tic...




tac...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Além das nuvens

Passei a mão pelo seu rosto
e senti os dedos molharem
conheço isso de tempos
eram lágrimas, eu sei

eu pude sentir um aperto
muito além da matéria de suas mãos
era do coração dela
do meu
embaraçados, no meio das nuvens

é... lembrando da tal liberdade
do prazer em família

como é gostoso voar
senti-me um Deus, olhando tudo de cima
tocar as nuvens como algodões
talvez ir além dessas nuvens
da tristeza...

a noite caiu
e o que eu mais vi foram estrelas
do céu
da cidade iluminada
constelada de realidades
mas eu continuei voando.

foi voando que lembrei de ti
é chorando que mostro minha dor
mas fique certo que sozinho não estou
sozinho não está
grite comigo!

Isso é só o início
e eu, enfim, matei minha saudade
pois voei pertinho de onde você me vê.

Acordar

Acordei com uma tremenda vontade
de sentir-me bem.
levantei, porém, com raiva nos olhos
porque ser feliz e sentir-se bem é uma coisa

acordar cedo é outra...

mas logo se percebe o sono se despedindo
não faz mal
começou um novo dia
e eu enfim despertei pro mundo

superei o cansaço
aquela fadiga medíocre
deixei de esperar sentado pra correr a favor do vento
que hoje sopra felizmente
me levando pra onde quero ir...

e sabe o que eu quero? sonhar, rapaz, sonhar...
mesmo que acordado

mas levantar cedo... bem...
aí continua o problema.

O ipê e a natureza

Para Amanda Cruz, a dona do ipê

Que beleza, aquele ipê!
florescendo na parede vazia
esverdeando esse complexo inútil
que rompe do chão, monocromática

o sol ja era meio fraco
envergonhado pra aparecer
avermelhava o céu com a timidez
e ficava atrás das nuvens
olhando minha terra, sua natureza

mas que seria de mim, sem as flores no caminho?
o vento bate
as plantas se comportam em estranho
falam, gesticulam
contam suas histórias com minúcia
com simples gestos das folhas
estejam elas voando
ou batendo contra a água da poça


sempre foi importante
parar pra ouvir a natureza
saber a hora de admirar...
admirar-se...
nossa, a vida é tão bonita...
para só pra ver...